Quem sou eu

Gramado, Rio Grande do Sul, Brazil
Suas raízes estão na simpática cidade de TRÊS COROAS- A Cidade Verde (RS). Foi aí que passou sua infância e iniciou sua jornada profissional como artista plástica e professora de Educação Artística em diversas escolas do município e da região. Alterou seu endereço em 1997 passando a residir na cidade de Gramado (RS) - a Cidade das Hortênsias. Em contato com a natureza exuberante desta cidade que brinda seus visitantes com as belíssimas flores de hortênsias, a artista dedicou-se a estudar e registrar a flor símbolo através das telas e pincéis, tornando-se conhecida como Artista das Hortênsias. Em seu currículo estão inseridos diversos cursos no Brasil e no Exterior, exposições individuais e coletivas, participações em Salões de Artes Plásticas, Prêmios Destaque Artístico, Publicações em Calendários Imagens de Gramado, Anuário Brasileiro de Artistas Plásticos, workshops e demonstrações em eventos da área artística.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Origens e Costumes da Páscoa


 
                     

A Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. É o dia santo mais importante da religião cristã, quando as pessoas vão às igrejas e participam de cerimônias religiosas.
Ao redor do mundo, a Páscoa é festejada com alguns costumes que diferem de país para país segundo as origens. A começar pelo termo Páscoa que tem sua origem hebraica “Pessach” e significa passagem.Os espanhóis chamam a festa de Pascua, os italianos de Pasqua , os franceses de Pâques, o alemães de Ostern.
                  Na Alemanha, a Páscoa como festa da ressurreição de Cristo é vista como o  recomeço de uma nova vida e está ligada a elementos da mitologia germânica. Segundo Jacob Grimm, um dos famosos irmãos Grimm, o próprio termo alemão, Ostern, deriva de Ostara, a deusa germânica da primavera
 O costume de se procurar os ovos de Páscoa no jardim pelas crianças alemãs, também estaria baseado na crença dos germanos e de outros povos antigos de que o ovo é o símbolo da fertilidade e da nova vida em crescimento. Já o  coelho, símbolo da fertilidade na mitologia grega, só é conhecido como o ‘coelho da Páscoa” no norte da Alemanha há cerca de 100 anos. Como os ágeis coelhos e lebres se multiplicam na primavera – a Páscoa cai na primavera no hemisfério norte- os padrinhos teriam inventado uma caçado aos coelhos, na qual as crianças encontravam ovos coloridos nos parques e jardins.
                  Antes dos ovos de chocolate envoltos em papel colorido, coloriam-se os ovos de galinha cozidos, hábito cuja origem se perde no tempo e que se mantém vivo até hoje na Alemanha: no café da manhã do  domingo de Páscoa não pode faltar ovos de várias cores, tingidos com anilina especial. Presenteá-los, também faz parte da tradição.
                  A culinária alemã de Páscoa, inclui a Osterzopf, uma decorativa rosca, na qual, depois de assada, podem ser colocados os ovos cozidos e pintados; o Osterlamm, que é uma massa assada em forma especial no formato de cordeiro; a Möhrencremesuppe, uma sopa com o legume preferido do coelho, a cenoura; o Osterbraten,o assado de Páscoa, servido no domingo.
                   Outro costume cultivado em algumas partes do país é a fogueira da Páscoa, o Osterfeuer. O fogo tanto é o símbolo do sol, como da chama da fé estando ainda ligado à purificação. Antigamente a “limpeza de Páscoa” no Alemanha começava no pátio da igreja, onde os fiéis juntavam restos de madeira , galhos e ramagens que sobravam do Domingo de Ramos. Esta grande fogueira seria acesa na noite de sábado, véspera da Páscoa.
                     A Osterkerze, a vela de Páscoa é o símbolo da luz de Cristo que é acesa e levada em procissão para a igreja, que está às escuras. Na ocasião os fiéis cantam três vezes a canção Lumen Chisti, a luz de Cristo.
                      Como podemos constatar, alguns costumes com os quais celebramos a nossa Páscoa no Brasil, tem suas origens nos costumes do povo alemão.Como minha origem é alemã, vivenciei quando criança, alguns costumes que hoje trazem lembranças saudosas:
                        Lembro-me bem que minha mãe tinha o costume de pintar ovos de galinha para a Páscoa as escondidas na sexta ou sábado à noite. Nos punha na cama  muito cedo, fechava a porta e iniciava sua tarefa de “coelha”. Minha irmã e eu que compartilhavamos o mesmo quarto, finjiamos dormir mas ficávamos à espreita,  para ouvirmos o coelho entrando em nossa casa.  Na manhã de domingo, nossa mãe mãe mostrava o pano sujo de tinta onde os ovos eram depositados para secarem e dizia que o coelhinho havia limpado seu “popô” com aquele pano sempre que punha um ovo de outra cor. Isto muito me impressionava. Com o passar do tempo, fui incluída na tarefa de pintar os ovos e surgiram outras “técnicas” como por exemplo, tomar uma folhinha verde de qualquer arbusto, pressionar sobre o ovo já cozido, embrulhar em um retalho de filó e mergulhar na anilina. Quando retirado e seco, se mostrava a forma da folhinha onde a anilina não havia tingido o ovo.
                          Também participávamos da brincadeira de achar o ninho escondido no jardim. Nossa pressa era tanta que nem chegávamos a tirar nosso pijama e corríamos para o jardim cuja grama ainda estava molhada pelo sereno da madrugada. Sempre era uma disputa de quem achava primeiro o seu ninho e depois a verificação do ninho de minha irmã , se não continha mais que no meu.
                         Outro costume de que me lembro era de ir ao kinderkirche,  ou seja, ao culto infantil na manhã de domingo. Ali, além das orações costumeiras e hinos entoados, também recebíamos um “chocolatinho de Páscoa” (lembram das barrinhas de chocolate da Neuguebauer?) e um pequeno cartãozinho com a imagem de Jesus ressucitado.
                          Logo depois  o almoço e que fartura! Tinha qualidade, quantidade e variedade. O assado de carne era tradicional e acompanhado de batatas e chucrute. Mas, o melhor vinha depois. Era a sobremesa que já nos pertencia pois estava em nosso “Ninho de Páscoa” que agora já estava mais “gordo com a inclusão dos “ninhos” dos padrinhos e madrinhas, cujo hábito era de, depois do culto infantil, fazer a maratona pela casas dos mesmos, que nos presenteavam com doces e chocolates.
                            Mantive por um tempo certas tradições com meus filhos. Quando pequenos também pintei ovos cozidos , caprichei nos ninhos de Páscoa que fabricava com auxílio de caixas vazias e as enfeitava.O almoço era em família, onde se não havia mais o assado de carne era substituído pelo churrasco de Páscoa.
                            Hoje, meus filhos moram longe. As duas netas que tenho moram na Alemanha e tenho certeza que minha filha conserva os costumes que vivenciou na infância,  anexado as tradições costumeiras do povo germânico. Assim se perpetua a história e a história é permeada de lendas e tradições.   
FELIZ PÁSCOA!

                  


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